• Página inicial
  • SOBRE MIM
  • CONTATO
Vitória Diniz. Tecnologia do Blogger.

O infinito e a vida

Fonte: arquivo pessoal, 2019


Estaria mentindo se falasse que consegui  lidar muito bem com tudo. O ano de 2019 foi muito desafiante para mim, questionei-me muito sobre a vida e a morte também. Fiquei confusa com coisas simples, óbvias, outras nem tanto e ocorreu principalmente a desconstrução de quem eu era (ou achava), da minha imagem, onde todas as referências perderam o valor por não fazerem mais sentido. Não faço a menor ideia de quem sou, mas pelo menos tenho certeza que meus erros não me definem e qualquer coisa pode ser construída ou melhorada.

Não é confortável a pressão de estar em um ambiente de elite cercada por alunos de escolas particulares, melhores ETECs, cursinhos mais caros e poliglotas, a USP indiretamente suga sua confiança. Iniciei os estudos totalmente insegura, essencialmente após uma aula trote (muitos desconfiavam) intimidar ao ponto de questionar meus conhecimentos e levar a considerar-me burra. Alias, essa foi a maior sensação que tive durante o ano, que eu não sou boa o suficiente para a universidade.

A EACH tem a proposta de ser mais inclusiva por estar localizado na Zona Leste e oferecer  para indivíduos em vulnerabilidade socioeconômica, além dos auxílios moradia, alimentação e livro (esse último é extremamente difícil de conseguir, não conheço ninguém que tem), o manutenção. Apesar disso, observei que a USP ainda não está preparada para garantir a permanência de alunos que vêm de escolas públicas, das periferias. Fui contemplada com três dos quatro auxílios oferecidos e somente por isso consegui me manter (tive problemas principalmente no início pela demora da liberação do passe livre), mas presenciei uma amiga quase desistir do curso por precisar e não ser contemplada integralmente.

A adaptação ao transporte público de São Paulo foi gradativa. No começo pedia informação para todo mundo. Já cheguei a pegar o ônibus errado, passar do ponto, errar a estação e direção do metrô, esquecer o bilhete único, ficar presa no trem por não conseguir sair. Aos poucos fui aprendendo e desenvolvendo técnicas para não me perder, hoje sempre ando com um caderninho de endereços e números de ônibus, além do mapa do metrô e cptm (sugestão de minhas amigas da faculdade) distribuídos gratuitamente. Também tenho consciência da regra de sempre andar a direita nas escadas (principalmente rolantes) e que os vagões das extremidades geralmente estão mais vazios.

A mesma instituição que por muitas vezes tirou o meu sono, também proporcionou momentos incríveis. Os instantes de conexão mais pura comigo, em que consegui abraçar minhas dores e entender os meus sentimentos ocorreram na viagem a aldeia Rio Silveiras, onde conheci o mar e descobri meu amor pelo ecoturismo e pelos povos indígenas. O mais maravilhoso foi sentir "ainda bem que estou viva". No segundo semestre a visita de campo ao Parque das Neblinas (Bertioga-SP) logo após a alta do hospital psiquiátrico proporcionou esperança, um recomeço observando pelo mirante a vista maravilhosa da praia de Bertioga.

Mais difícil que viver em outro local é ser obrigada a lidar com a ausência de pessoas importantes. Senti muita falta da minha família (meus pais, o irmão e as cachorrinhas), em vários momentos precisava apenas de um abraço deles. Isso por um lado, proporcionou o desejo de estar mais perto e aceitar mais o contato (tenho problemas com o contato físico) e minha ânsia por abraços quebra-ossos. Em contrapartida, levou-me a constatação: quando estamos perto esquecemos das coisas essenciais.

Ainda não me acostumei a dinâmica da cidade, o tempo perdido no deslocamento (no mínimo três horas por dia) e a grande quantidade de seres humanos (sempre sinto falta de ar em estações lotadas), contudo, encontrei locais e pessoas que podem me auxiliar nessa caminhada. Desse modo, mesmo sendo só mais uma na cidade consigo ir vivendo aos pouquinhos, algumas horas me arrastando, outras de carona com ar condicionado e umas poucas na chuva chorando e sorrindo.



A escrita transforma.




Share
Tweet
Pin
Share
No comentários
Imagem relacionada

Não importa como cheguei a esse ponto, eu só e infelizmente cheguei. Passei por uma internação psiquiátrica e não quero comentar o motivo. Apenas gostaria de compartilhar a experiência grogue.

Fiquei internada por um dia. A entrada para a ala de internação é controlada por um segurança. Lá dentro, o alojamento é dividido, de um lado o feminino e do outro o masculino incluindo o banheiro, o qual fica em cada alojamento, na frente de um vidro (na recepção ou central de controle de enfermeiros e profissionais). 

Dentro de cada quarto ficam várias "camas" ,as macas, impermeáveis com travesseiro e um cobertor.

O que eu fiquei fazendo lá? Na grande maioria do tempo dormindo e deitada mas também perambulei pelo local e construí um barco com a toalha de papel.

Só a medicação, as refeições e o plantão dos profissionais (vários enfermeiros) tinham um horário programado, não existiam atividades artísticas, banho de sol ou qualquer coisa do tipo.

Quanto a alimentação, sou vegana, declarei isso e minha filosofia de vida foi respeitada. Gostei do que foi servido e principalmente da forma atenciosa que foi feita.

Quando recebi alta todos os meus pertences foram devolvidos.  Lá dentro não podemos ficar com nada, até a roupa deve ser trocada. Fornecem calça moletom cinza e blusa de algodão cinza, azul ou vermelha.

Antes de entrar na ala de internação e também antes do paciente ser liberado, precisa passar por um atendimento com psiquiatra para orientação e ajuste dos medicamentos. Durante a internação fui acompanhada de perto por psiquiatra e enfermeiros.

Share
Tweet
Pin
Share
No comentários



O documentário “Amazonas clandestino: o desmatamento” retrata a batalha pelos tesouros da Amazônia (“ouro verde” em referência a biodiversidade da flora dessa região) de diferentes ângulos. É uma crítica aos valores corrompidos do ser humano, responsáveis por perpetuar a exploração cada vez maior dos recursos naturais dessa floresta considerada o “pulmão” do mundo.

Entre as falhas da fiscalização expostas por esse meio audiovisual que facilitam o contrabando da madeira, destaca-se o restrito controle da procedência do material comercializado no Peru (principal destino para onde as árvores brasileiras preciosas, como o mogno, são vendidas ilegalmente). Ao cruzar a fronteira, pouco é exigido dos madeireiros sobre a legalidade do que fornecem a, principalmente, serrarias.

No Brasil, a agricultura, representante de 40% do desmatamento (conforme é informado), permite o empobrecimento do solo amazônico, cuja riqueza concentra-se na cobertura vegetal. Assim, o plantio torna-se inviável nessa região e, a pecuária, avaliada como melhor alternativa para os grandes fazendeiros, sentencia uma possível desertificação.

O perfil do extrator ilegal, normalmente pessoas pobres, sem formação acadêmica, com família grande e sem alternativa profissional, fundamenta a falta de opção dos indivíduos quanto a continuidade da prática desse crime. Entre os entrevistados desse ramo, a maioria aponta não ter escolha sobre essa situação, (“nada dói mais que a fome”, como afirma um documentado). Nesse sentido, mais que uma questão ambiental, o desmatamento é um problema social ligado às
desigualdades financeiras e de oportunidade.

Além disso, a situação de segurança dos ativistas dessa causa é discutida com grande ênfase. Dos ambientalistas assassinados no período de confecção do documentário 500 foram mortos na Amazônia brasileira, ou seja, mais de 50%. O país, dessa forma, não é seguro para os defensores da natureza, forçados a lutar contra a soberania dos ricos pecuários e comerciantes ilegais da flora nacional.

“Amazonas clandestino: o desmatamento”, portanto, problematiza o papel de cada indivíduo no ciclo exploratório, de modo a permitir um olhar mais completo e imparcial sobre todos os envolvidos nessa teia.
Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Fãs do impossível é um livro voltado para o público juvenil (mas não se restringe a essa faixa etária), que aborda por três perspectivas e narrativas diferentes o desafio de ser adolescente e lidar com questões, as quais limitam sua existência. Nesse sentido, um trio de jovens descobrem na amizade a força para lutar contra o preconceito, solidão e distúrbios mentais.

A história transita o tempo todo por questões "polêmicas" de modo delicado e atencioso. Dando visibilidade a homossexualidade (como deve ser tratada: com respeito e naturalidade), suicídio, autolesão e o peso de uma família desestruturada. Esse é acima de tudo um livro sobre diferença e liberdade de viver.

"Mas, de alguma forma, fitar os olhos dele era como olhar em um espelho. Como se aquele fosse o reflexo que eu queria ver".

"Assim era fácil desaparecer, enquanto alguma coisa puxava com força uma corda atada em seu coração. Era uma sensação familiar, sua mente se voltando contra ela, dando as costas para o mundo porque não queria ser vista."

"O salão se encheu de de barulho, mas eu não ouvia nada, porque o mundo tinha ficado silencioso quando ele me tocou, e nada mais importava".

"Ela tomou um gole do café. O gosto estava melhor do que o usual. Como se ela tivesse esquecido que as coisas podiam ter um gosto bom. Como se o mundo real a estivesse chamando do outro lado do café ".

 "E então os lábios dele estavam sobre os meus, e o universo se transformou em um calor claro e perfeito. Eu não tinha sido nada até aquele momento, e um dia voltaria a ser nada. Mas ali, naquele instante, minha vida era real. Com a boca colada aos lindos lábios dele".

"Essa era a essência da depressão. Se nada tinha significado, não havia escolhas. Quando se permitia cair nas profundezas do cansaço, mergulhava-se fundo na ausência de possibilidades. Ser como se fosse um pedaço de carne atado a este planeta por nenhuma razão. Não passava de fantasia o sonho nebuloso de um futuro no qual pudesse passar o tempo todo fazendo algo que amava, em vez de cumprir deveres por obrigação ".

"Podia ouvir o céu noturno dizendo que ela não era pequena, que era do tamanho do universo. Talvez o próprio universo fosse um sinal. E estivesse tentando dizer que ela também era".

"Surgem alguns problemas quando você se torna uma pessoa que precisa de outras pessoas. Ainda mais se você investiu a maior parte da sua identidade em estar sempre sozinho. Não era exatamente uma boa maneira de viver, mas eu era autossuficiente na minha solidão. Agora, carregava para onde fosse a inquietude permanente de uma emoção, alimentando-a como uma espécie de bicho de estimação desesperado ".

"Doía tanto que tinha vontade de machucar a si mesma para fazer parar. Pelo menos quando via o próprio sangue podia dizer: 'Aí está. Aí está a prova.' A prova de que ela ainda existia ".

Adquira esse livro na Amazon: https://amzn.to/3ayF7Eq.



Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Às vezes você lê um livro e simplesmente parece que alguém colocou seus sentimentos abstratos e confusos em palavras claras, ao menos para sua mente conturbada... Essa foi a impressão que a obra "Mais do que isso" de Patrick Ness me passou. 

Quando um garoto pensa que o fim da vida marcada por traumas, culpa, preconceito, humilhação, solidão e bullying será afogada pelo frio das salgadas ondas do mar, acaba se deparando com uma realidade absurda e mais desafiante que a anterior. Onde irá descobrir que suas crenças, na verdade não eram reais.

 Ã‰ uma daquelas histórias em que todas as hipóteses formuladas pela mente apaixonada de leitor são constantemente desconstruídas. E essa é a parte legal: as coisas não precisam fazer sentido o tempo todo, se te fizerem continuar seguindo em frente já é o bastante.

 "Você nunca sentiu que deve haver mais? Como se houvesse mais em algum lugar distante, pouco além do seu alcance, se ao menos você pudesse chegar lá?" 
"O desconhecido é purificador e cinza. Ele está ligeiramente consciente, nem dormente nem acordado, como se desconectado de tudo, incapaz de se mexer ou de pensar ou de receber informação, apenas capaz de existir."
"Onde quer que esteja, está tudo bem. Você consegue voltar de lá. O que quer que aconteceu lá, o que quer que o mundo pareça agora, não é assim que sempre parece. Não é assim que sempre vai parecer. Há mais. Há sempre mais.O que quer que veja, onde quer que esteja, nós ainda estamos aqui com você."
"Por que aí você não teria que fazer nada por si mesmo. Se a culpa é sua, então isso esclarece tudo. Você fez essa coisa horrível e isso é fácil. Nunca tem que se arriscar a ser feliz."  
Adquira esse livro na Amazon: https://amzn.to/2KqKfjp.
Share
Tweet
Pin
Share
No comentários



Muitas áreas de vegetação nativa só existem devido a presença de terras indígenas. Pude vivenciar isso de perto e é incrível o contato com esses povos, a maneira como cuidam da floresta. De lá eles tiram o material que irá constituir sua casa de reza, alimentar os animais, compor seus instrumentos, formar o artesanato cuja renda contribui para manter tal cultura viva.

Desconstrua a imagem de ser selvagem e isolado que os livros de história, a literatura do romantismo e a mídia formaram, um reflexo estereotipado de uma geração que ainda carrega o preconceito colonial. Conheci, por exemplo, um guarani jovem e diretor da escola local, apaixonado pela filosofia com o sonho de distribuir esse conhecimento a sua tribo. Sim, eles podem frequentar a escola (especial), terem equipamentos tecnológicos, falarem português, usar calça, comprar comida e ainda assim serem considerados povos indígenas. Pois, mesmo que a cultura do "jurua" (não indígena) esteja presente no dia a dia deles, o conhecimento, rituais e todas as coisas que carregam devem ser preservadas. 

Nessa aldeia guarani o tempo passa de forma diferente. Somos convidados a viver o agora, sem hora marcada para nada. Mesmo dessa maneira tudo ocorre no tempo certo e de forma natural. Acordamos com os galos cantando e logo sentimos a preparação das refeições.

Uma experiência que tinha como objetivo conhecer o outro e seu modo de vida, proporcionou algo além disso. Tudo nos direcionava para o questionamento do jeito que vivemos, momentos de autoconhecimento e transformação pessoal. A felicidade, nesse ambiente, é tratada como algo simples e ao nosso alcance. A natureza já nos oferece os recursos que precisamos, só devemos ter consciência disso.

Uma sensação de paz e leveza abraçava todos os meus medos e sofrimentos. Senti que a minha dor foi acolhida naquele lugar. Numa cidade tão grande e cheia e de pessoas como São Paulo, ali vivi o sentimento de ser especial e útil para aquele povo.

Fui tão bem recebida que não queria ir embora. Se pertenço a algum espaço é a natureza. Quero repetir essa experiência a quantidade de vezes possíveis, conhecer outras culturas, relacionar-me profundamente com a fauna e a flora, e ter minhas angústias compreendidas pelo silêncio do vento que corta as folhas das árvores, as águas do mar e as rochas das cachoeiras. Quero principalmente reviver esse sentimento de liberdade, sentir ser livre para desfrutar a felicidade.

Localização da aldeia: Avenida Tupi Guarani, Bertioga - SP, 11250-000.
Duração do trabalho: de 07/06 a 09/06.
Disciplina: Sociedade, Multiculturalismo e Direito (Cultura Digital).


Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Ser aprovada(o) na melhor universidade pública da América latina é uma conquista árdua, contudo, para uma parcela dos ingressantes esse é  só o início do desafio. Segundo o jornal do Campus, em 2019, 40% dos calouros da USP vieram de escola pública, entre eles a maioria possui baixa renda e, consequentemente, enfrenta dificuldades para permanecer na graduação.

Semelhante a esses jovens, também estudei em escola pública a minha vida inteira e, como vim da Bahia, minha família teria dificuldade para me manter em São Paulo. Devido esse motivo, solicitei e fui contemplada pelos auxílios (tanto emergencial, quanto efetivo) oferecidos pela Universidade de São Paulo. Ainda na época de vestibulanda (no ano passado, 2018), confiava minha sobrevivência na cidade garantida pelo Programa de Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) e ansiei por todas as informações possíveis relatadas pelos próprios beneficiados — alunos de graduação com dificuldades para se manter na universidade. Dessa forma, esse post tem o objetivo de relatar minha experiência, de modo a proporcionar maior segurança aos futuros uspianos, afinal a USP é para todos.

A maior dificuldade que enfrentei nesse processo foi a digitalização dos documentos (uma lista imensa), já que entrei em contato várias vezes com a Secretaria de Assistência Social (SAS) do meu campus, a EACH, tirando todas as minhas dúvidas. Nesse sentido, a primeira dica é procurar se informar sobre qualquer questão com os atendentes do SAS. É importante ressaltar também, que tais benefícios somente são oferecidos (nesse nível de graduação) para indivíduos que não se formaram em nenhum outro curso superior.

Entre os recursos para manutenção do indivíduo, alguns são disponibilizados financeiramente, mas para ser contemplado, além da questão social, é necessário possuir conta corrente no banco do Brasil, sendo o titular dela. Ao iniciar minha formação, eu já possuía conta salário nessa instituição, entretanto, tive que correr a fim de transferi-la para corrente e, no final a que eu tinha também servia. Segunda dica: abra uma conta no Banco do Brasil, de preferência ela deve ser corrente.

 No meu caso não ocorreu nenhuma entrevista individual com a assistente social. Após realizar a inscrição (anexar os arquivos, preencher as informações e justificar a necessidade de recebe-los), em poucos dias recebi a confirmação do auxílio emergencial (março). O resultado efetivo dos auxílios, todavia, só é divulgado no final de abril para o aluno receber seus benefícios a partir de maio, por isso, a inscrição com antecedência (já em fevereiro) é importante afim de garantir a permanência do estudante até o resultado oficial (terceira recomendação).





Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Preparação para o ENEM:

Em 2017 pedi uma doação de livros antigos de todo o ensino médio a secretaria do meu colégio (o Constantino). Esse foi o material utilizado na minha preparação para o ENEM 2018. 

No final de 2017 fiz uma revisão básica de matemática para solidificar a base que já possuía e inciei oficialmente os estudos para tal exame no dia 01/01/2018. Quando começaram as aula do 3º ano do ensino médio (turno matutino), minha rotina vespertina de segunda a sexta consistia em estudo das 13:00 horas às 21:00, com uma hora de pausa (17 horas), além disso, separava as duas últimas horas desse período para revisar e fazer as atividades escolares. 

Ademais, sábado era reservado nos três turnos para mais estudo e escrita de redações (no mínimo uma por semana), as quais foram até o primeiro semestre corrigidas essencialmente por minha professora de redação a Leotelma, contudo, com as primeiras avaliações da escola conclui que ela ficaria muito sobrecarregada ao corrigir o total de texto dissertativo que eu escrevia, então aproveitando o dinheiro que juntei trabalhando como jovem aprendiz do 1º ao 2º ano do ensino médio comprei alguns créditos de correção on-line na plataforma Imaginie. 

Domingo, por sua vez, era totalmente dedicado a: pela manhã revisões do conteúdo estudado na semana, por intermédio de exercícios e elaboração de fichas bem resumidas; a partir de 12:30 até por volta de 18 horas eu simulava, com as provas antigas do ENEM e cronometragem, como seria meu desempenho e estratégias para o dia oficial; no período noturno corrigia os simulados realizados. 

 Confesso que essa rotina não era flexível. Todavia, minha forma de diversão era ler livros de gêneros variados (algo que amo) e assim ao mesmo tempo aumentar minha bagagem sociocultural, a qual foi complementada pela pesquisa de leis, atualidades, acompanhamento do Salto para o futuro que debate temas essenciais, além do estudo de teorias e pensadores sociológicos e filosóficos aplicados em minhas produções textuais de forma parafraseada e com base em minha concepção, ou seja, não decorava frases de autoridades. 

Outros aspectos fundamentais para esse resultado foram o acompanhamento psicológico —devido a autocobrança excessiva e aprimoramento pessoal—, psiquiátrico já que possuo o Transtorno de Ansiedade Generalizada, apoio da família (especialmente minha mãe) e de todos os meus mestres do Colégio Estadual Constantino Catarino de Souza.

Entrevista dada ao blog Portal Valle: http://www.lem24horas.com/2019/02/estudante-da-rede-publica-desbanca.html

Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Quando você possui um transtorno mental, vive eternamente uma crise reflexiva sobre a vida. Aqui escrito não parece nada surpreendente e alguns podem afirmar "todos pensam sobre isso", na verdade é muito diferente do comum, sentimos uma grande necessidade de sempre ter certeza de tudo. Nesse sentido, estando a existência por um fio tênue, estabeleci a obrigação de ser útil de algum modo para as pessoas e o mundo.

Além disso, como todo jovem tive muita dúvida nesse processo de escolha da graduação. Amo a matemática e por um longo tempo pensei em seguir carreira no bacharelado em matemática. Porém, eu demoraria muito para ter alguma utilidade (mestrado e doutorado), com isso decidi arriscar outra área.  Talvez a pior parte seja o o receio quanto ao que as pessoas irão pensar.

O maior erro é basear a escolha naquilo que gostamos. O dia-a-dia profissional simboliza a questão essencial a ser refletida, não apenas a grade curricular do que será estudado. Acredito que tal ponto leve a frustração, trabalho mal realizado e com falta de qualidade. 

O principal, no entanto, é o valor da  atividade que exercerá, ou seja, quão importante será a sua função para tornar o planeta cada vez melhor,  fazer a diferença aos seres que o habitam. Por isso, escolhi gestão ambiental. 

Essa palestra pode lhe auxiliar na decisão:  https://youtu.be/MKlx1DLa9EA .

Share
Tweet
Pin
Share
No comentários


Como falei no post anterior, lido diariamente com um transtorno mental. Sendo ávida por livros e maravilhada pela psicologia, gosto de me aventurar em histórias cujos personagens possuem distúrbios ligados a mente. Muitas vezes a sensação é de acolhimento, por isso trago hoje indicações literárias para curiosos e portadores.


1. A solidão dos números primos

                     


Sinopse: Dois acidentes dão a partida à cadência da trama: Alice é uma menina que fora forçada pelo pai a ser uma brilhante atleta. Em um dia de treino, sofre uma queda que a deixará marcada para sempre. Mattia é um pequeno gênio da matemática. A caminho de uma festinha de aniversário, deixa a irmã gêmea, da qual se envergonha, sozinha num banco de praça e nunca mais a vê. Marcados por suas histórias e um sentimento permanente de inadequação, Alice e Mattia se conhecem na escola e, desde então, ficam cada dia mais unidos. A fixação por belas imagens faz com que Alice torne-se fotógrafa. Mattia tem uma maneira particular de ver o mundo, sempre por teoremas matemáticos – e não por acaso torna-se um brilhante cientista. E é assim, através do olhar aguçado de Alice e das hipóteses lógicas de Mattia, que Giordano conduz a narrativa densa e sensível de seu premiado romance de estreia. Segundo o autor, os protagonistas “são típicos representantes de uma burguesia abastada, que dá conforto aos filhos, mas os deixa sozinhos”. É de maneira cortante que Giordano dá conta desta solidão – como ao descrever o pai que não se dá ao trabalho de tirar o cinto de segurança para dar um beijo no filho, ao deixá-lo na escola. Ou a família que não percebe a anorexia da filha, disfarçada por uma barreira de copos diante de um prato de refeição intocado.

Observação: Esse livro é pesado, no sentido em que aborda de forma real a anorexia e autolesão não suicida, então tome cuidado, apesar dessa obra ser ótima pode atuar como um gatilho para quem sofre com esses distúrbios.

2. O lado bom da vida

                                  



Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, sua esposa negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua memória, Pat começa a entender que "é melhor ser gentil que ter razão" e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo, Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez. 

Observação: Ambos personagens principais foram diagnosticados com depressão.
(Adquira esse livro na Amazon: https://amzn.to/2S25qMQ)

3. Razões para continuar vivo

                                            



Sinopse: “Quando eu tinha 24 anos, eu quase me matei. Na época, eu morava em Ibiza, Espanha, na parte tranquila da ilha. Minha casa era bem perto de um penhasco. Em meio à neblina da depressão, caminhei até a beirada do precipício e olhei para o mar, para a costa acidentada de pedra calcária, pontuada por praias desertas. Era a paisagem mais linda que eu já tinha visto, mas na hora aquilo não tinha importância. Eu estava muito ocupado tentando reunir a coragem que eu precisava para me jogar dali. Não me joguei. Em vez disso, recuei e vomitei tudo que estava sentindo.Mais três anos de depressão se seguiram. Pânico, desespero, batalhas diárias.Mas eu sobrevivi. Naquela época, eu tinha certeza de que não conseguiria passar dos 30. A morte ou a loucura total pareciam mais realistas. Já passei dos 40. Hoje vivo cercado por pessoas que amo, fazendo um trabalho que nunca imaginei que faria e passo meus dias escrevendo.Fiquei muito feliz por não ter me matado, mas continuei me perguntando se havia alguma coisa para dizer às pessoas que estão passando por esses tempos sombrios. Essa é minha tentativa.”

Observação: Trata-se da autobiografia de um homem com depressão.
Adquira esse livro na Amazon: https://amzn.to/2VArd0p.

4. As vantagens de ser invisível



Sinopse: Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.

Observação: Charlie é um adolescente que sofre com depressão.
Adquira esse livro pela Amazon: https://amzn.to/3bzZPFl.


5. A diferença invisível



Sinopse: Marguerite tem 27 anos, e aparentemente nada a diferencia das outras pessoas. É bonita, vivaz e inteligente. Trabalha numa grande empresa e vive com o namorado. No entanto, ela é diferente. Marguerite se sente deslocada e luta todos os dias para manter as aparências. Seus movimentos são repetitivos e seu universo precisa ser um casulo. Ela se sente assolada pelos ruídos e pelo falatório incessante dos colegas. Cansada dessa situação, ela irá ao encontro de si mesma e descobrirá que é autista – tem a Síndrome de Asperger. Sua vida a partir daí se transformará profundamente.

Observação: é uma HQ autobiográfica.
Adquira esse livro pela Amazon: https://amzn.to/2zra28P.


6. Cérebro autista



Sinopse: Ao mesclar novas e surpreendentes descobertas com a sua própria experiência como autista, Temple Grandin evidencia os avanços científicos neste campo, compartilha conosco suas ressonâncias cerebrais para mostrar quais anomalias podem explicar os sintomas mais simples e, de forma animadora, argumenta que a educação de crianças autistas não deve centrar-se apenas em suas fraquezas, o que multiplica as formas de aproveitar suas contribuições únicas. Dos “Aspies” do Vale do Silício até uma criança não verbal, Grandin compreende o real significado da palavra “espectro”, o que faz deste livro uma leitura essencial sobre o assunto.

Observação: Esse é um livro mais técnico e não ficcional sobre o espectro do autismo.
Adquira esse livro na Amazon: https://amzn.to/3cLk4QG.

Comprando pelos links você ajuda muito o blog ♡.

PS.:  As sinopses possuem como referência o site https://www.saraiva.com.br .

 

Share
Tweet
Pin
Share
No comentários
Newer Posts
Older Posts

SOBRE MIM

SOBRE MIM
Sou uma pessoa tentando ser útil para a sociedade de modo a transformá-la. Vitória, 23 anos, bacharel em Gestão Ambiental pela USP, vegetariana, gym rat, calistênica iniciante e grande apreciadora da matemática, ciência, cérebro, animais, meio ambiente, livros e psicologia. Definitivamente diferente.

Follow Us

  • Meu canal
  • facebook
  • twitter
  • google
  • pinterest
  • Instagram

Postagens mais visitadas

  • Livro "Sobre a brevidade da vida" (frases e reflexões)
    No início do ano encontrei o Estoicismo, uma filosofia que me fascinou muito e despertou o desejo de adotá-la para minha vida. Foi ne...
  • O que estou fazendo com a minha vida?
    O texto de hoje segue um estilo diferente mais parecido com um desabafo ou relato, deixo já registrado o alerta de gatilho. Sabe aqueles mom...

DESTAQUE

Por que devemos acreditar nas mudanças climáticas?

É fato que as mudanças climáticas são uma realidade já presente no nosso dia a dia, a questão não é mais como evitar sua ocorrência, ma...

Posts recentes

Arquivos do blog

  • ►  2022 (3)
    • ►  julho (1)
    • ►  maio (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2021 (5)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  maio (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2020 (13)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ▼  2019 (10)
    • ▼  dezembro (1)
      • Adaptação e universidade, como foi o ano?
    • ►  novembro (1)
      • Internação psiquiátrica
    • ►  outubro (1)
      • Amazonas clandestino: o desmatamento (indicação e ...
    • ►  setembro (1)
      • Livro Fãs do impossível (frases marcantes)
    • ►  julho (1)
      • Livro Mais do que isso (frases e comentários)
    • ►  junho (1)
      • Viagem de campo a aldeia Rio Silveira
    • ►  maio (1)
      • Auxílios oferecidos pela USP (minha experiência)
    • ►  fevereiro (2)
      • De escola pública à USP
      • Como escolher a graduação: Não era matemática?
    • ►  janeiro (1)
      • Gosta de ler e possui um transtorno mental? (Indic...
  • ►  2018 (2)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  abril (1)

Seguidores

Categorias

Anorexia Borderline Contos Depressão Diagnóstico ENEM Estoicismo Estudo Filosofia Livros Matemática Meio ambiente Meu curso (GA) olimpíadas Profissão Quarentena Reflexão Resenha Saúde mental TOC TPB USP Viagem

Translate

__________
"Coragem é quando você sabe que está derrotado antes mesmo de começar, mas começa assim mesmo, e vai até o fim, apesar de tudo."
__________
Harper Lee

Created with by ThemeXpose