Ode à loucura: vida adulta

by - abril 20, 2020


Relacionamentos superficiais, pressão (seja interna ou externa) para ser bem sucedido, cobrança da faculdade, preocupações financeiras, insegurança devido as redes sociais, desespero diante do desemprego ou (para quem trabalha) falta de tempo, rotina agitada, distanciamento da família e amigos, baixa autoestima provocada pelas desilusões amorosas, imposição para ter um relacionamento e constituir família... As exigências da vida adulta não param por aí. Mas essas resumem bem as indagações que tiram o sono de (quase) todo jovem que chega a tal turbulenta fase da vida. 

Quando criança, fantasiamos com a fase em que teremos independência suficiente para fazermos nossas próprias escolhas. Contudo, como quase todo delírio infantil nos enganamos a respeito do que é ter mais de 18 anos: uma grande dor de cabeça. Na verdade, é um período totalmente marcado por incertezas. Se você também chegou a essa etapa, sinta-se abraçado.

Para os teimosos devo avisar que não tem nada de glamouroso em trabalhar, não sobrará dinheiro nem para as bobagens gastronômicas. E tempo é o menor recurso do jovem-adulto, principalmente se precisa lidar com o grande volume de atividades do ensino superior.

Ademais, é geralmente nesse período que ocorrem as primeiras ou mais sérias relações amorosas. Com isso, iniciam-se as frustrações, os livros e filmes de romance nos enganam! Na vida real predominam joguinhos, indiferenças e conflitos. Nesse sentido, faço alusão a música "Trem bala" da cantora Ana Vilela: "é que a gente quer crescer e quando cresce quer voltar ao início, porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido".

Outra ilusão é acreditar que já seremos seres maduros e bem-resolvidos, ao final de um dia cheio muitas vezes desejamos o colinho materno acompanhado por uma boa dose de glicose. Sem falar que a chegada abrupta de todas essas responsabilidades pode agravar a saúde mental e levar a dosses excessivas de estresse, cansaço ou coisas piores como distúrbios psiquiátricos e até o suicídio. Não podíamos estar mais enganados (durante a infância) sobre como é a vida adulta.

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