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Vitória Diniz. Tecnologia do Blogger.

O infinito e a vida


Entre o acervo de filmes disponíveis na 9º mostra da Ecofalante, um em especial chamou a minha atenção: “O custo do vício digital”. Geralmente o Vale do Silício é tratado pela mídia como um exemplo de desenvolvimento tecnológico, contudo o documentário mostrou o lado obscuro. Os componentes da fabricação de computadores no final do século XX causou uma série de contaminações existentes até hoje: em um bairro residencial próximo, todos os moradores tiveram câncer devido a contaminação do solo e do lençol freático. Nos trabalhadores dessas empresas as consequências não foram diferentes, uma moça que engravidou durante o período do trabalho, cuja função consistia em manipular substâncias radioativas sem saber (porque a empresa não explicava a procedência do material) relata os problemas de desenvolvimento que seu filho teve (nasceu com uma série de deficiências, inclusive mental). A ironia é que com a expansão desses casos e a dinâmica do capitalismo, as grandes empresas de tecnologia, como a apple, espalharam em países menos desenvolvidos a matriz de produção. Isso me fez lembrar do documentário “Ken Saro-Wiwa, presente!”, pois em ambos degradar, poluir e explorar o território do outro (por ser menos abastado) é legítimo e aceitável, enquanto que o deles deve ser poupado e protegido por uma legislação mais rígida.

Além disso, a China é mostrada como uma das maiores indústrias produtoras de eletrônicos. Os benefícios disso, todavia, se concentram apenas nos ganhos financeiros dos patrões e governantes, enquanto que os empregados são obrigados a aguentar péssimas condições de trabalho com jornadas exaustivas, recebendo um pequeno salário. Tais condições são refletidas nas altas taxas de suicídio, consumado dentro até da própria empresa. Por fim, há o total despejo de poluentes químicos nos rios e o descarte incorreto de materiais radioativos que colocam em risco a vida de milhares de famílias pobres de catadores, as quais vivem em meio a todos esses resíduos. 

O que mais me choca nisso tudo é a total alienação de muitos consumidores que sem o menor interesse na perversidade ambiental e social da cadeia produtiva de equipamentos tecnológicos, consomem exageradamente e trocam seus aparelhos em curtos períodos de tempo, sem nem tentar prolongar a vida útil deles. Seriam essas pessoas tão culpadas quanto os empresários que permitem a poluição? E você? Não acha que está na hora de repensar o seu consumo?

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O texto de hoje segue um estilo diferente mais parecido com um desabafo ou relato, deixo já registrado o alerta de gatilho.

Sabe aqueles momentos em que você deseja profundamente passar uma borracha na sua história (pessoal) e poder começar tudo do zero? É o que eu anseio quase todos os dias, queria fazer as coisas "certas", ser uma pessoa melhor principalmente comigo mesma. Sinto que estou destruindo a minha vida, presa em um loop eterno de autodestruição onde não paro de me sabotar.

Não escrevo no blog há um bom tempo, devem ter percebido, mas infelizmente essa não foi a única área da minha vida que ficou estagnada. O motivo principal foi um tremendo bloqueio criativo que veio de mãos dadas com uma crise depressiva pesada (diagnóstico clínico atualizado: depressão recorrente com sintomas psicóticos). Livros, escrita de contos, divulgação científica, todas as coisas que amo e me fazem bem eu simplesmente passei a não conseguir mais fazer, como se tivesse perdido as minhas habilidades e referências. Nesse momento (era final de semestre) tentei concentrar toda energia em concluir bem as disciplinas da universidade. Mas em um episódio "anoréxico" ou lenta tentativa de suicídio (como preferir chamar) parei de comer e beber água (por quê? No começo me achava gorda, depois senti que precisava me punir, merecia aquilo e por último vi que esse poderia ser meu passaporte para fora desse mundo, se é que me entendem), já não fazia mais nada, só estava viva biologicamente, passava o dia inutilmente tentando me distrair. Esse é o resumo (sem citar algumas partes mais pesadas de comportamentos e pensamentos) de uma crise que durou meses, mas não estou escrevendo isso para obter piedade ou chamar atenção, é algo que precisa ser falado (caso tenha se identificado com algo, não faça autodiagnóstico, busque ajuda profissional), de quão destrutiva e desgastante a depressão pode ser. 

Queria ser um exemplo, fazer jus àquela garota inteligente e determinada que sempre pensei ser, contudo, como diz a Demi Lovato na música "Sober" (trilha sonora das minhas recaídas junto com "Clarisse" de Legião Urbana) "eu queria ser um bom exemplo/mas sou apenas um ser humano". Sinto que já perdi a guerra, desperdicei todo o meu potencial. Penso na versão do passado e logo me vem a mente habilidades que não explorei tanto. Olho minhas cicatrizes externas e internas me perguntando se a profundidade das marcas é capaz de impedir que algum dia eu seja alguém por quem me orgulharia, no momento não tenho orgulho dessa versão. Às vezes eu só queria poder parar... definitivamente. 

    "Just hold me, I'm lonely".
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SOBRE MIM

SOBRE MIM
Sou uma pessoa tentando ser útil para a sociedade de modo a transformá-la. Vitória, 23 anos, bacharel em Gestão Ambiental pela USP, vegetariana, gym rat, calistênica iniciante e grande apreciadora da matemática, ciência, cérebro, animais, meio ambiente, livros e psicologia. Definitivamente diferente.

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