Como o desequilÃbrio emocional pode sabotar sua aprovação:
Sonhei com esse ano a vida inteira, porém não conseguia entender o que se passava em minha mente. Pensamentos negativos, insônia, desânimo, apetite instável, entre outras coisas, faziam parte da minha vida há anos e vieram a tona em sua máxima intensidade em 2018.
O tempo inteiro me sentia sobrecarregada, como se fosse explodir a qualquer momento, uma agitação inquietante tomava conta do meu corpo enquanto a minha mente sofria bombardeios constantes de insegurança e medo.
Além disso, esse foi o ano definitivo do meu ENEM (estava cursando a 3ª série do ensino médio) e estudei muito, até no intervalo da escola, no ônibus, na fila de algum lugar. Não me permiti nenhuma flexibilidade, nem sair de casa, cortei o contato com as pessoas, afastei-me da igreja (eram coisas demais para mim), a minha única diversão foi ler (coisa que amo).
Ao mesmo tempo eu ocultava e desprezava meus sentimentos, reprimia tudo o que sentia. O resultado não foi bom, sofri vários sintomas fÃsicos, tais como dor de cabeça, tontura, febre, enjoo, dor nas pernas, crises de choro, tremores, insônia e agitação no perÃodo (meses, semanas, dias) que antecedia uma avaliação importante, a exemplo de olimpÃadas cientÃficas e, principalmente o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Consequentemente, sentia, ao finalizar elas, não ter conseguido aplicar todo o conhecimento que possuo e, infelizmente, a quantidade de acertos foi conforme minha intuição presumia: abaixo do que eu esperava. Tudo isso foi frustante, fiquei decepcionada e com a sensação de que estraguei o meu ano.
Contudo, a verdade é que eu estava e ainda estou doente e a confirmação veio em dezembro, após 11 meses de extrema ansiedade e tratamento com psicólogo e psiquiatra: tenho depressão moderada. Sim, um distúrbio mental que muitos afirmam ser frescura e outros banalizam, estava destruindo a minha vida, minando toda a força vital.