Ser aprovada(o) na melhor universidade pública da América latina é uma conquista árdua, contudo, para uma parcela dos ingressantes esse é só o inÃcio do desafio. Segundo o jornal do Campus, em 2019, 40% dos calouros da USP vieram de escola pública, entre eles a maioria possui baixa renda e, consequentemente, enfrenta dificuldades para permanecer na graduação.
Semelhante a esses jovens, também estudei em escola pública a minha vida inteira e, como vim da Bahia, minha famÃlia teria dificuldade para me manter em São Paulo. Devido esse motivo, solicitei e fui contemplada pelos auxÃlios (tanto emergencial, quanto efetivo) oferecidos pela Universidade de São Paulo. Ainda na época de vestibulanda (no ano passado, 2018), confiava minha sobrevivência na cidade garantida pelo Programa de Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) e ansiei por todas as informações possÃveis relatadas pelos próprios beneficiados — alunos de graduação com dificuldades para se manter na universidade. Dessa forma, esse post tem o objetivo de relatar minha experiência, de modo a proporcionar maior segurança aos futuros uspianos, afinal a USP é para todos.
A maior dificuldade que enfrentei nesse processo foi a digitalização dos documentos (uma lista imensa), já que entrei em contato várias vezes com a Secretaria de Assistência Social (SAS) do meu campus, a EACH, tirando todas as minhas dúvidas. Nesse sentido, a primeira dica é procurar se informar sobre qualquer questão com os atendentes do SAS. É importante ressaltar também, que tais benefÃcios somente são oferecidos (nesse nÃvel de graduação) para indivÃduos que não se formaram em nenhum outro curso superior.
Entre os recursos para manutenção do indivÃduo, alguns são disponibilizados financeiramente, mas para ser contemplado, além da questão social, é necessário possuir conta corrente no banco do Brasil, sendo o titular dela. Ao iniciar minha formação, eu já possuÃa conta salário nessa instituição, entretanto, tive que correr a fim de transferi-la para corrente e, no final a que eu tinha também servia. Segunda dica: abra uma conta no Banco do Brasil, de preferência ela deve ser corrente.
No meu caso não ocorreu nenhuma entrevista individual com a assistente social. Após realizar a inscrição (anexar os arquivos, preencher as informações e justificar a necessidade de recebe-los), em poucos dias recebi a confirmação do auxÃlio emergencial (março). O resultado efetivo dos auxÃlios, todavia, só é divulgado no final de abril para o aluno receber seus benefÃcios a partir de maio, por isso, a inscrição com antecedência (já em fevereiro) é importante afim de garantir a permanência do estudante até o resultado oficial (terceira recomendação).