O documentário “Amazonas clandestino: o desmatamento” retrata a batalha pelos tesouros da Amazônia (“ouro verde” em referência a biodiversidade da flora dessa região) de diferentes ângulos. É uma crÃtica aos valores corrompidos do ser humano, responsáveis por perpetuar a exploração cada vez maior dos recursos naturais dessa floresta considerada o “pulmão” do mundo.
Entre as falhas da fiscalização expostas por esse meio audiovisual que facilitam o contrabando da madeira, destaca-se o restrito controle da procedência do material comercializado no Peru (principal destino para onde as árvores brasileiras preciosas, como o mogno, são vendidas ilegalmente). Ao cruzar a fronteira, pouco é exigido dos madeireiros sobre a legalidade do que fornecem a, principalmente, serrarias.
No Brasil, a agricultura, representante de 40% do desmatamento (conforme é informado), permite o empobrecimento do solo amazônico, cuja riqueza concentra-se na cobertura vegetal. Assim, o plantio torna-se inviável nessa região e, a pecuária, avaliada como melhor alternativa para os grandes fazendeiros, sentencia uma possÃvel desertificação.
O perfil do extrator ilegal, normalmente pessoas pobres, sem formação acadêmica, com famÃlia grande e sem alternativa profissional, fundamenta a falta de opção dos indivÃduos quanto a continuidade da prática desse crime. Entre os entrevistados desse ramo, a maioria aponta não ter escolha sobre essa situação, (“nada dói mais que a fome”, como afirma um documentado). Nesse sentido, mais que uma questão ambiental, o desmatamento é um problema social ligado à s
desigualdades financeiras e de oportunidade.
Além disso, a situação de segurança dos ativistas dessa causa é discutida com grande ênfase. Dos ambientalistas assassinados no perÃodo de confecção do documentário 500 foram mortos na Amazônia brasileira, ou seja, mais de 50%. O paÃs, dessa forma, não é seguro para os defensores da natureza, forçados a lutar contra a soberania dos ricos pecuários e comerciantes ilegais da flora nacional.
“Amazonas clandestino: o desmatamento”, portanto, problematiza o papel de cada indivÃduo no ciclo exploratório, de modo a permitir um olhar mais completo e imparcial sobre todos os envolvidos nessa teia.